Estudo diz que  experiências são mais eficazes para gerar prazer e satisfação do que compra de bens materiais. 

Se você se interessa pelo tema de Felicidade e Consumo, é interessante entender como o  hedonismo funciona. Assim, essa é uma premissa que coloca o prazer como centro, creditando a ele o papel de bem valioso que traz sentido para a existência humana.

Além disso, a distinção entre compras materiais e experienciais foi introduzida por Van Boven e Gilovich (2003). Ele definiu o primeiro como “o gasto de dinheiro cujo objetivo principal é adquirir bens materiais, ou seja, bens tangíveis que uma pessoa recebe e utiliza”.

Para compeltar, este último é definido como “gastar dinheiro principalmente com o propósito de adquirir experiência de vida, isto é, um evento ou uma série de eventos que você encontra ou vivencia pessoalmente”.

Assim, por “bens materiais” entendemos roupas, eletrônicos, móveis, automóveis dentre outros. Então, as experiências são aquisições como ingressos para eventos, idas em parques, ir a um restaurante ou mesmo uma viagem.

Diante disso, podemos dizer que alguns itens são transversais e apesar de serem um bem material são precursoras para experiências, como adquirir acessórios de natação para experienciar atividades aquáticas.

Então, mesmo com alguma dificuldade na compreensão do que possa ser material ou experiencial. Assim, é isso o que discutiremos aqui: os processos psicológicos envolvidos no gasto, provocando mais ou menos prazer!

Pesquisa sobre felicidade e consumo

Em 2003, Van Boven e Gilovich conduziram uma pesquisa em que os participantes apresentaram bom humor mais acentuado quando lembravam de aquisições de experiências do que quando lembrar que adquiriram algum bem material.

Dessa forma, o  prazer nos gastos também se reflete no arrependimento, que neste estudo foi categorizado em 2 tipos:

• Ação – se arrepender de ter comprado e;
• Inação – se arrepender de não ter comprado.

Então, o estudo aponta que é mais comum se arrepender de não ter experienciado algo do que de não ter comprado algum bem material. Isso acontece porque experimentamos mais desutilidade em relação aos bens materiais e isso não acontece com experiências.

Por esse motivo, podemos entender que o problema surge com algo conhecido como “esteira hedônica”, que é uma desvantagem da adaptação.

Adaptação e experiências

O ser humano tem uma incrível capacidade de se adaptar frente à situações ruins como o luto e tragédias, mas quando se trata de experiências positivas essa mesma capacidade de adaptação pode ser um inimigo: você ganha um bônus no trabalho, compra um celular novo e fica muito feliz com a aquisição, e em pouco tempo seu nível de felicidade volta ao que era antes.

Além disso, o mesmo ocorre com experiências, como o retorno das férias de trabalho por exemplo. Assim, as compras habituais estão menos sujeitas à adaptação, e isso faz com que o prazer dure mais.

Em contrapartida, as compras de bens materiais são diferentes, já que satisfação tende a diminuir mais rapidamente, mesmo que haja um grande prazer imediato ele não é duradouro.

Em adição, as compras experienciais promovem mais conexões sociais já que estimulam conversas e narrativas sobre as experiencias vividas. Por isso, é mais prazeroso falar sobre as experiências do que sobre os bens adquiridos.

Papara concluir, podemos dizer que as pessoas costumam fazer um investimento psicológico muito alto nos bens materiais. Isso acontece pois eles podem ser nostálgicos e remetem aos momentos que foram comprados ou o bem que ele proporciona. E isso tem lá sua razão.

No entanto,  por mais relevantes que os itens possam ser, eles permanecem separados do “eu”. Assim, por mais que as posses tenham sua importância, são as experiências que constituem nossa autobiografia.  Por isso, somos a soma de nossas experiências com suas múltiplas causalidades, e não a soma de nossos bens.

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